"Quando o poder dirige o homem à arrogância, a poesia lembra-o das suas limitações. Quando o poder limita a área das preocupações do homem, a poesia lembra-o da riqueza e da diversidade da existência. Quando o poder corrompe, a poesia limpa."
John Kennedy (Discurso,1963)
Antídoto
Quando cheguei ao topo da montanha
e vi o horizonte sob mim,
pensei, com meus botões, até que enfim
o mundo há de curvar-se a tal façanha.
E me senti o pai da coisa estranha,
que se alojou insana no meu peito.
E me senti tão prenhe de direito,
que me tornei o dono da montanha.
Quando desci no poço até o fundo
e vi o céu restrito sobre mim,
pensei, com meus senões, até que enfim
eu pude conhecer o fim do mundo.
E me senti tão triste e moribundo,
que me tornei escravo do degredo.
E me senti um bicho de brinquedo,
deixado, na gaveta, lá no fundo.
Quando não fui além do que podia
e vi que a montanha era bonita,
pensei como quem pensa e acredita,
que possa ser montanha, algum dia.
E me senti eu mesmo, à revelia
de mim, do horizonte e da montanha.
E, enfim, compreendi que a vida é ganha
quando o mundo se rende à poesia.
John Kennedy (Discurso,1963)
Antídoto
Quando cheguei ao topo da montanha
e vi o horizonte sob mim,
pensei, com meus botões, até que enfim
o mundo há de curvar-se a tal façanha.
E me senti o pai da coisa estranha,
que se alojou insana no meu peito.
E me senti tão prenhe de direito,
que me tornei o dono da montanha.
Quando desci no poço até o fundo
e vi o céu restrito sobre mim,
pensei, com meus senões, até que enfim
eu pude conhecer o fim do mundo.
E me senti tão triste e moribundo,
que me tornei escravo do degredo.
E me senti um bicho de brinquedo,
deixado, na gaveta, lá no fundo.
Quando não fui além do que podia
e vi que a montanha era bonita,
pensei como quem pensa e acredita,
que possa ser montanha, algum dia.
E me senti eu mesmo, à revelia
de mim, do horizonte e da montanha.
E, enfim, compreendi que a vida é ganha
quando o mundo se rende à poesia.