Mulheres, guerreiras invisíveis

Mais um dia se passa, e a noite chega

Junto com a noite, a insegurança enquanto ela passeia

Ela queria rosas, paz, e ser amada

Não o medo que a persegue, de ser estuprada

Ela chega em casa, aliviada, no minimo

De novo é espancada, pelo alcóolatra do marido

Enquanto seus filhos assistem, ela chora

Rezando para Deus, pra dor ir embora

No outro dia mesma fita, mesma história, mesmo fato

De novo é assediada pelo chefe no trabalho

Debatendo as idéias, enquanto ela almoça

Enquanto os pedreiro na calçada gritam, ''gostosa''

É tanta coisa errada, que você nem imagina

O quanto é guerreira, essa mulher que você acha linda

Um rombo no peito, que ela carrega consigo

De novo preparada para apanhar do marido ...

Homens, filhos da puta, que não mantém a compostura

Insultam e assediam, desprovidos de conduta

E ela se pergunta, se tem esperança no amanhã?

Você não tem que respeitar, só porque podia ser sua mãe ou sua irmã

Consciência masculina, é o que tá faltando

Mulheres são rainhas, respeitem-as como ser humano

Não como objeto, que você usa e joga fora

Ciúmes doentio, é o que as fazem ir embora

Aquela mina, que você comeu e meteu o pé

Criou sozinha o filho, isso que é mulher!

Enquanto nós, homens, com a consciência em miséria

Só pensamos com aquilo, que temos em meio as pernas

No busão lotado, onde pessoas precisam se espremer

Aparece o safado, se esfregando em você

Ela atura calada, quer que o pesadelo acabe

Torcendo pra chegar em casa, antes que seu mundo desabe

Dificil de viver, restam poucas alegrias

Num país desigual, cercado por machismo e homofobia

Assim ela vai vivendo, sem a vida que deseja

E aí, cê ainda acha que o feminismo é brincadeira?

Juan JCP
Enviado por Juan JCP em 22/03/2017
Reeditado em 22/03/2017
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