Tesouro
O que é o passado?
Fardo ou tesouro
Apago o que me faz mal?
E se é mal necessário?
Nessas horas não se deve pensar muito
Pensar já fez doer demais
Vou dar adeus à tempestade
Adeus às projeções de minha dor
Já não as quero
Agora venero um novo deus
Que seja infinito enquanto dure
Porque não vai durar pra sempre
Nada dura
Mas espero que, quando sair
Volte mais vezes
Essa foi a primeiríssima
E minha emoção é grande
Mas quero realmente te ver mais vezes
E me acostumar com você
Quanto à minha parte ruim
Minha parte sobre-humanamente sádica
Talvez eu te reveja mais vezes
Mas para te mostrar como eu cresci
E como a vida tem que ser
Meus poemas melancólicos
Pessimistas
Vão viver
Mas não mais pra mim
Não os leio