Terra (Aos filhos de Gaia)

Menina dos olhos verdes, terra,

Absoluta, namorada do universo...

Suspensa, quase que perfeita esfera,

Boiando no vazio e na ponta de meu verso...

~

Menina que dança, rotação e translação,

Onde entre estrelas, se cortina de fumaça...

Escondendo-se, para fazer uma nova aparição,

Toda linda, parecendo sorrir cheia de graça...

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Menina das matas, mãe, irmã, paixão,

És como uma virgem de pele intocada...

Num epicentro, tu palpitas o teu coração,

Fazendo-se por vezes, uma menina levada...

~

Por que em teu solo, habita gente malvada,

Que te corrompem e destroem, sem solução...

Eles são o teu câncer, destruindo do tudo ao nada,

São chamados de Homem, e sobre-nome Poluição...

~

Mas entre eles ainda há os que preservam,

E em teu solo fértil, fazem nascer do trigo o pão,

E como eu, as tuas naturezas observam,

São os filhos de Gaia, dando um basta a destruição!

~

Menina, tu és todas as pátrias sem fronteiras,

Onde nascem as flores, os anjos e os poetas...

Falando em poesias nuas e verdadeiras,

De tua forma mais pura, sublime, completa...

~

Aos teus filhos Gaia, deveria lhe sobrar um dom,

Aquele mesmo dom divino de criar...

Como uma melodia da natureza, em seu melhor tom,

Para que uma sinfonia de pássaros pudesse cantar...

~

E por ela reverenciar não só tua vida,

Não só teus mares, serras e lares...

E sim lhe revelar uma esperança incontida,

De lhe ver preservada, em todos os lugares...

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 13/10/2005
Código do texto: T59302