Minha mais estranha metáfora
Ao perfumar o verso, a poesia,
que é, do poeta, doce concubina,
empresta ao verbo a aura cristalina,
que o põe, com Deus, em santa sintonia.
E nesse instante, prenhe de magia,
o poeta copula com a arte,
e só então começa a tomar parte
da criação que ora se anuncia.
Ao encontrar o passo, a bailarina
empresta, à dança, a leve sapatilha,
e assim, solenemente, compartilha
o ventre em que luziu a luz divina.
A poesia é (como a bailarina)
um cão que fareja à frente da matilha.
Ao perfumar o verso, a poesia,
que é, do poeta, doce concubina,
empresta ao verbo a aura cristalina,
que o põe, com Deus, em santa sintonia.
E nesse instante, prenhe de magia,
o poeta copula com a arte,
e só então começa a tomar parte
da criação que ora se anuncia.
Ao encontrar o passo, a bailarina
empresta, à dança, a leve sapatilha,
e assim, solenemente, compartilha
o ventre em que luziu a luz divina.
A poesia é (como a bailarina)
um cão que fareja à frente da matilha.