Um pensamento
Outra vez ao sabor do vento
Desta vez, com lenço e documento
Um número no prontuário, mais um
Dos que se esbarram pela avenida
E os pés teimosos já não obedecem
Me levam agora aonde não quero ir
Quisera recostar-me na relva , apenas
E deixar-me fluir...só isso.
Traçando rotas com a ponta dos dedos
Agora sim, aonde eu sonhe ir
Outra vez, estou na rua
E tantos pés fazendo as trilhas,
Que querem apagar as minhas
E é preciso saber voltar,
Não aprendi ainda a andar às cegas
Sempre penso que não posso errar
Mas erro, e me perco, e ando incerto
Para onde não quero ir.
Não queria ter documentos, só lenço
Caso o nariz escorrer quando chorar.