OS DIAS

Tem dias que eu me vejo,
Em um labirinto.
Tem dias que eu voejo,
Desejo a liberdade, me sinto,
Absoluto no infinito.
Tem dias que eu me silencio,
Me sentencio,
Ao espaço anterior à fala,
Eu comigo mesmo, na sala,
Vendo o nada acontecer.
Tem dias que eu me agito,
Deixo a loucura prevalecer,
Sou como um grito,
Abrindo a realidade,
Destemida identidade,
Estendida ao acaso,
Redimida pelo ocaso.
Tem dias que eu creio,
Em um mundo de enleio,
Tem dias que não,
E Vou vivendo nessa imprecisão,
Nessa estranha humana condição.