Sangue vermelho

O olhar com indiferença

rasga a alma feito arpão

como se algo pudesse justificar

o desprezo entre seres idênticos.

Incrédulo,

vejo uma vez mais

um rapaz desvia o olhar de uma sombra humana

e cabisbaixo,

aceitar uma suposta inferioridade.

De onde surgiu tamanho absurdo?

Qual a cor do sangue dito nobre?

Nenhuma peculiaridade justifica o tratamento desigual

independente de credos, de escolhas pessoais...

É preciso que se tenha respeito.

Parece que faltam espelhos mundo afora;

não aquele espelho de shopping center,

vulgar e inútil,

mas espelhos d'alma!

Seres humanos são uma única espécie!

E que sangram,

igualmente vermelho,

quando feridos.

Paulo Vestrucci
Enviado por Paulo Vestrucci em 07/02/2017
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