tetracampeão

imagina só se você fosse tetracampeão

ou, pior ainda, se só seus textos fossem apreciados;

que tristeza, melancolia, mesmice

– você ser a sua própria referência,

não ter que pensar na possibilidade

de que ninguém o lesse;

não ter que contar com o refúgio do anonimato

ou se cansar de um estrelato

que teria um aspecto de compulsório;

seria como andar de suspensório,

aquilo que só fica bom nos outros...

sob esse ponto de vista, a vida é democrática,

não importa que o leiam ou não,

às vezes é melhor que não

para que não o descubram ou pensem que conseguiram;

o melhor mesmo é poder escrever despreocupado,

sentado numa pedra em São Tomé das Letras

ou na sua quitinete de Guadalupe ou Ipanema,

chovendo raios de sol...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 24/01/2017
Código do texto: T5891200
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