CAMINHAR NA PRAIA
Caminhar na Praia é divertido
Encontramos gente bezuntada,
Óculos chapéu semipelados,
Como jamais visto na Capital!
Lembramos deles sem nome,
A voz e conhecida, mas a nudez
Irreconhecível! Depois de um olá
Vem a retrospectiva e toda lembrança.
Se ele soube certo do que me lembro
Não teria parado pra falar comigo!
Que vergonha, ele não mudou nada,
Só engordou, envelheceu nada apagou.
Continua o mesmo contador de vantagens
Sem eira nem beira, arrotando caviar
De um sanduíche de mortadela
Embrulhando a sobra pra viagem!
Pouca vergonha e pouco pra quem
Não as têm, julgando-se justo
Na sua imperfeição intolerante
Em ambas as vertentes da justiça.
Vergonha de ser reconhecido
Por um Caim infeliz irmão
Que jamais deveria ter saído
Duma masmorra, covil dos infames.
Essa não é a minha praia
Que no fluxo e refluxo preamar
Traz a luz aqueles que soterrados
Pela ignorância das trevas sejam esquecidos.
Chico Luz