SILÊNCIO

Ouço uma voz não sei de onde,
Dizendo: - enlouqueça menino,
Pegue o próximo bonde,
Saia pela obscuridade sem tino.

Ouço, mas, finjo que não é comigo,
Pois, vivo para assimilar a lucidez,
Me livrar da aparência do perigo.

Recolho meus pensamentos, ajeito
O corpo no inseparável leito.

E outorgo à noite a minha mudez.