O fogo que me consome
O que me consome é ver quanto de tempo e dinheiro já desperdicei em prol de coisa alguma a não ser dos meus próprios erros.
O que me consome é perceber o potencial no irmão ao lado, no amigo, no aluno e não conseguir despertá-lo. E não conseguir faze-lo o perceber.
O que me consome é ter idéias sem saber como colocá-las em prática hoje, agora, por achar que é preciso dinheiro, pôr o ter tido e desperdiçado.
O que me consome é ver tanta gente com fome de pão, de ensino, de amor. É saber que o caminho para sanar tudo isto já está pronto, mas ninguém o segue, como se não fossem capazes de enxergá-lo.
O que me consome é ter tantas idéias e não colocá-las em prática. O que me consome é a ansiedade, é a tensão que confunde o meu raciocínio e me impede de enxergar, de fazer, de amar.
O que me consome é ver vidas vazias, desperdiçadas. É ver o tempo passar e nada fazer.
O que me consome são os meus medos e defeitos, minhas misturas de sentimentos, meu medo de errar, que me impede de acertar.
O que me consome é não conseguir dizer o que sinto, assumir o que penso, viver com mais amor.
O que me consome é um fogo invisível, mas que queima e trepida ao sabor dos ventos e tempestades da vida.
O que me consome e ter a noção que devo muito e pouco consigo fazer.
Mas um dia o fogo que consome lapidará os sentimentos e, finalmente, só sobrará o amor. Please God.