Mataram-me
Mataram-me, infinitas vezes. Cheguei a acreditar que nada valia... Que eu era totalmente vazia.
Mataram-me, vezes incontáveis... Fracionaram-me e fui elevada em minha pequenez ao milionésimo... Reduziram-me, a nada vezes nada.
Mataram-me, quando ditaram as minhas palavras. Quando limitaram a minha inteligência... Quando emudeceram meus argumentos, dizendo não serem contundentes... Que nada diziam... Mataram-me, querendo ou mesmo sem querer.
Mas, um dia, acordei tomada por um amor exultante... Radiante... Tornei-me toda alma... Apaixonei-me por paisagens que antes eu não via... Hoje, não há o que seja capaz de me matar, porque me eternizei dentro da minha pequena vida... Chamo-me, POESIA.