Erudita VI
Meu senhor...
Tento externar,
tudo aquilo,
que anseio a tempos,
para fazer ouvir,
a voz do meu amor...
Descrever detalhes,
tantos pormenores,
toda intimidade,
que não mais sufoque,
e o arrependimento,
não consiga mais calar...
Meu corpo,inquieto,
sente a brevidade,
própria dos momentos.
Fixo o pensamento,
no rumar da volta,
onde a rua torta,
exibe seus varais...
Pernas flamulando,
ao sabor dos ventos,
sem contar segredos,
que a alcova esconde...
Passos na calçada,
ao som do realejo.
Os bancos da Praça,
sabem dos desejos,
que as mãos mais ousadas,
deixam escapar...
A felicidade,
está ali presente.
Quero algo cortante,
para registrar...
Pego minha chave,
começo a talhar...
Deixo então gravado,
no tronco frondoso,
coração vazado,
e monograma morto.
Duas consoantes,
dedicada, aos nomes,
que o destino uniu,
para ninguém,
separar...