O banal não me domina
Enquanto esses rios invernais se deslocam
de um canto para outro
cheios dos calafrios e ânsias de se quedar em quentes filosofias,
os sentimentos primaveris dão entrada à sua forma.
Vão-se os véus de lágrimas
e ficam as cicatrizes infindáveis,
nada é tão certo quanto a morte.
Os fios vivos das memórias de outrora
dão-se oportunidade de rever ideias.
As coisas mudam, as coisas mudam!
Não tem mais espaço pra lágrimas de crocodilos.
Nem mais para adultos infantis. E quê infantilidade!
Nem mais à banalidade sem assunto. (Socorro!)
Quero mais sabor de mundo!
Quero o real sem ser esse real que se faz de real.
O dia amanhece feito algodão podre.
Os robôs nem piscam no trajeto do trabalho.
Fazem tudo como se o hoje não fosse nada.
O nada domina o vazio existencial.
O nada é um mar de impossibilidades/possibilidades.
Depende de como você vê.
Nunca me importei com notas boas
Ou de ser a melhor aluna.
Sou do tipo quieta, que observa e anota.
O importante é o que eu consigo apreender.
Nunca me importei com bens materiais.
Sou do tipo que se aproveita deles,
ou invés de deixar eles me dominarem.
Nem ligo pra nada de moda, gastronomia, ou hit do momento.
O Brasil, no setor de vendas, é um baita estrangulador de sanidade.
Por isso, antes de testar minha sanidade,
fico com aquilo que agrada meus sentidos,
e não o sentido alheio. (sobre a questão da sanidade)
Nada do mundo estético me diz ou me descreve.
Não vivo de aparências, só de silêncios filosóficos.
Enquanto você repara em minha aparência,
eu leio a sua alma, e tudo que está grudado nela.
E olha que descubro muita coisa.
E penso, oh coitado, um apegado não vive, apenas vaga.
Sou aprendiz de um mundo intocável.
Aqui onde me encontro não há novidades.
Por isso, nem tão cedo ou tarde, me surpreendo mais.
Só me agrada mesmo o que não é banal, o resto deixo com o tempo.