Tenho dito!

Não sou eu que escrevo,

é minha alma inquieta,

quando se liberta,

a dominar-me as mãos.

Vai traçando versos,

vai contando rimas,

vai deixando em letras,

o meu coração.

Não sou eu que escrevo,

mesmo quando a lua,

vem ouvir segredos,

e eu tão reticente,

teimo em não dizer,

mas minha alma escuta,

mesmo que eu relute,

e deixa nos poemas,

o que quero esconder.

Ai! Que alma errante,

abriga minha vida...

Que me bole o brio,

que me toma o íntimo,

que declara em livros,

doces poesias,

mágoas, sentimentos,

sonhos e alegrias,

e me deixa à mostra,

solta pelas páginas.

Rasga minhas fronteiras,

tomba a tênue máscara,

que cobriu meu rosto,

quando não sabia,

que pelas palavras,

sempre voltaria,

que pelos poemas,

nunca morreria,

por um transcender,

louco, solto,

expandido nos quatro ventos,

que faz da alma poeta,

liberta nos seus escritos,

e mesmo sem querer,

dizer...

Tenho dito!

Day Moraes
Enviado por Day Moraes em 10/10/2005
Código do texto: T58326