Sobre o riso
Quem teme ser bobo
Pode acabar seco
Pode tornar-se estorvo
Esse riso preso no oco do seu esôfago
Essa alegria parcelada
Nesse inibido soluço-arroto
É animal
E como tal, cria-se solto
Senão fica louco
E o que era folia
VIRA RAIVA
PETRIFICA
E não existe vacina pra essa arrelia
A não ser que se abra a palavra séria
Pra isso
Que se festeje somente à pilhéria
Este sorriso-desabafo
É sol nascente da quimera
Que a vida ainda vive pra ser riso