Aquela
A que te espera no "bom dia"
E se embala em noites
Cheias de palavras
De promessas vazias
Ela queria dizer-te sim
Aquela
Que já não existe
Que cansou sentada
Na escada
Com flores em mãos
As rosas murcharam
As rosas não falam
Um cantou.
A espera se fez
Em doces lábios lânguidos
E suspiros crocantes
Melodias ela sonhou
As que cantaria
Em seu colo
As que embalariam seus dias
As que a vestiriam de imensa alegria
As músicas do eterno nunca
Aquela que um dia seria
Mas não foi
E nunca será
Aquela
Que já nada sente
Nem ira
Nem amor
És demente?
Sim, ela é
Mas finge que não
Amordaçaram-na
Com fitas azuis
E brancas
Que dançam ao vento
E seus olhos negros
Refletem o contento
De ser aquela
Que nada é
Somente o alento
De solitários homens
Na conversa vazia
Nos sonhos, (de nata?)
De fantasia...