Aquela

A que te espera no "bom dia"

E se embala em noites

Cheias de palavras

De promessas vazias

Ela queria dizer-te sim

Aquela

Que já não existe

Que cansou sentada

Na escada

Com flores em mãos

As rosas murcharam

As rosas não falam

Um cantou.

A espera se fez

Em doces lábios lânguidos

E suspiros crocantes

Melodias ela sonhou

As que cantaria

Em seu colo

As que embalariam seus dias

As que a vestiriam de imensa alegria

As músicas do eterno nunca

Aquela que um dia seria

Mas não foi

E nunca será

Aquela

Que já nada sente

Nem ira

Nem amor

És demente?

Sim, ela é

Mas finge que não

Amordaçaram-na

Com fitas azuis

E brancas

Que dançam ao vento

E seus olhos negros

Refletem o contento

De ser aquela

Que nada é

Somente o alento

De solitários homens

Na conversa vazia

Nos sonhos, (de nata?)

De fantasia...

Madame F
Enviado por Madame F em 13/11/2016
Reeditado em 13/11/2016
Código do texto: T5822340
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