FLORES ARTIFICIAIS
Elas eram coloridas, observando-as jamais as vi oscilando,
Mas ao aproximar percebi que delas se ausentava o perfume,
E ao toque descobri que a aparência de viva bastavam às flores artificiais,
Constantemente pareciam as mais belas, suas pétalas não se perdiam.
Até tentei ser constante, aparentar-me perfeito,
Mas abandonado sem água, minhas folhas caíam, murchavam,
E de perfume suave e pétalas delicadas,
Só sentia as minhas verdades quem delas se aproximava.
Nas dores da vida os espinhos não me bastavam,
E quanto mais pisoteado o perfume liberava,
Por fora todo abatido, a formosura furtada,
Mas como raiz escondida, o coração esperava a primavera chamar.
E não há gloria em manter um jardim colorido de flores artificiais,
É apenas enganação, ilusão sem perfume, sentimento vazio,
Alguns espinhos no caule são incapazes de anular,
A recompensa cheiro e as cores vivas das flores de quem sabe amar.