Janela da vida

Hoje, motivada não sei pelo o que, nem por quem...

Se foi sem querer ou intencionalmente

Abri a janela da vida...

O que vi através dela?

Vi muitas coisas, cores, alegrias...

Vi agonias, tristezas e lágrimas.

Vi paixão, amor, determinação...

Doação, desapego e compreensão...

Através da janela, num balançar de cortina

Vi corpo e através desse vi alma...

Vi branco, azul, amarelo e vermelho...

Cores que pareciam em desordem,

Mas que se harmonizavam sozinhas...

Tudo foi tomando forma,

Como em um desenho feito com régua, lápis e compasso;

Tudo se traduzia, me enfeitiçava, trazia, alegrava e entristecia...

A cada passo me parecia arrancar um véu da vida;

Em casa passo, parecia beber com gula esta mistura;

Que me parecerá uma... fortuna, uma riqueza

Que só caberá a mim fazê-la crescer a cada dia

Sem usar de esperteza e trapassas, mas sim sabedoria que adquirimos durante a vida.

Através da janela que era tão bela...

Vi duas estradas...

Vi a luz com sua imensidão...

Vi a escuridão e sua denegrição;

Vi doçura, escandalização...

Generosidade, destruição...

Também vi vida, na janela que se abrirá;

Vi flores, senti brisa

Senti calor, tive frio...

Tive medo, arrepio

Tive aconchego, um beijo.

Tantas coisas vi e senti, toquei e feri

Desde quando resolvi abrir a janela ali...

Desde que a janela abriu e sorriu pra mim.

Rê Ferry

07/03/05