Quando, meus dois olhares?

Tenho dois olhares

O olhar real, dura vidraça

Que se protege na raça

Tenta ser forte

Resiste aos males

Às tristezas, aos cortes

Às cruéis torturas desse mundo

Aos seres desumanos macabros

Aos exploradores de escravos

Ironias, falta de valores, submundo

Visão privilegiada de mente educada

O irreal, colorida fumaça

De sonhos possíveis, lugares visíveis

Grandeza de heróis, luz de faróis

Bondade emotiva, liberdade viva

Alimento da alma, poesia em anzóis

Sementes de amor, perfumes de flor

Delicadeza frágil, silenciosa arte

São meus olhares, são partes

Desse ser em humilde observação

Aprendizagem constante, com emoção

Antes deles há um comando

Chamado razão

Os dois olhares...

Quando se encontrarão?

Quando se salvarão

Da morte em vida?

Da guerra prometida

Da luta sofrida?

Quando a fumaça colorida voará pelos ares

Contagiará os pares?

Quando a dura vidraça se desarmará com graça

E a realidade virará poesia...

E se fará paz em pleno dia,

Sem mais maldade nem só fantasia,

Somente a paz e a harmonia?

Danusalmeida
Enviado por Danusalmeida em 06/10/2016
Código do texto: T5783184
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