Quando, meus dois olhares?
Tenho dois olhares
O olhar real, dura vidraça
Que se protege na raça
Tenta ser forte
Resiste aos males
Às tristezas, aos cortes
Às cruéis torturas desse mundo
Aos seres desumanos macabros
Aos exploradores de escravos
Ironias, falta de valores, submundo
Visão privilegiada de mente educada
O irreal, colorida fumaça
De sonhos possíveis, lugares visíveis
Grandeza de heróis, luz de faróis
Bondade emotiva, liberdade viva
Alimento da alma, poesia em anzóis
Sementes de amor, perfumes de flor
Delicadeza frágil, silenciosa arte
São meus olhares, são partes
Desse ser em humilde observação
Aprendizagem constante, com emoção
Antes deles há um comando
Chamado razão
Os dois olhares...
Quando se encontrarão?
Quando se salvarão
Da morte em vida?
Da guerra prometida
Da luta sofrida?
Quando a fumaça colorida voará pelos ares
Contagiará os pares?
Quando a dura vidraça se desarmará com graça
E a realidade virará poesia...
E se fará paz em pleno dia,
Sem mais maldade nem só fantasia,
Somente a paz e a harmonia?