Escravo das palavras
Escravo das palavras
Sou escravo das palavras
As ponho como elas pedem
E se assim não for, elas impedem
E minha cova assim se cava.
Relação árdua assim se trava
Entre duas forças que não se medem
Que no conflito elas não cedem
É esta minha relação com as palavras.
Se sou escravo das palavras
Sou, portanto, dos pensamentos
Que iluminados à minha alma lava.
Se pobres são meus argumentos
Uma batalha então se trava
Entre a consciência e os sentimentos.
Escravo dos questionamentos
Das dúvidas agonizantes
Que me afundam a todo instante
No mar dos pensamentos.
Faço suas vontades
Entretanto, recebo resultado
Um poema estruturado
Recheado de liberdade.
Se elas me dão a verdade
Somente em sentido limitado
Não busco ser generalizado
Quero ser livre da vontade.
Escravo das palavras
Portanto, dos interesses
Portador de alegrias ou mágoas.
E mesmo que eu não obedecesse
Minha vida se iria como as águas
Que não voltaria se não acontecesse.
Escravo das ações
Da vontade e da razão
Escravo do coração
Sou também das intenções.
Marcel 14-08-09