_______________ESPELHO GÁRGULA
Esqueceu-se - feiticeira -
Dormia, de pé, enquanto caminhava pela casa.
Dormia - assim como quem morre -, e sonha.
Dormia ao som de tambores no interior - aldeia na cabeça -,
ao som de galhos estalando em valsa com os ossos, como aves suspensas nas árvores.
Dormia até que, colhida pelo espelho,
- a boca entreaberta -
sem despertar, beijou a própria face.
O sol cheirava a mofo,
os olhos desfolhados,
ali, no anoitecer daquela alma.
À beira de si,
a garganta desfalecida,
e na mente uma única prece:
- afaste de mim todas as carolas! -.
É que não tinha o mínimo saco para elas, só isso...
Dormia - assim como quem morre -, e sonha.
Dormia ao som de tambores no interior - aldeia na cabeça -,
ao som de galhos estalando em valsa com os ossos, como aves suspensas nas árvores.
Dormia até que, colhida pelo espelho,
- a boca entreaberta -
sem despertar, beijou a própria face.
O sol cheirava a mofo,
os olhos desfolhados,
ali, no anoitecer daquela alma.
À beira de si,
a garganta desfalecida,
e na mente uma única prece:
- afaste de mim todas as carolas! -.
É que não tinha o mínimo saco para elas, só isso...