Onde estás tão bonita?
Onde estás tão bonita na fotografia?
Que mãos apertaram o botão da máquina?
Os olhos por trás da lente viram o que devia?
A alma que te grafou colheu do reflexo a dádiva?
Pois meus olhos que te veem agora deságuam
Entornando lágrimas que meus sonhos enxáguam
Porque sem esperanças ver-te tão bonita
Não haverei de ter outra noite menos aflita
Como quando a pena fria apenas me disse obrigada
Desatenta à poesia do amor que lhe ofertei
Arguindo ao passarinho, quem sabe ao calendário
Talvez ao vento se o dia do seu aniversário adivinhei.