Fogo e água

Tu, pode até pensar, que não bato bem da cuca,

Escrevo em vão promessas absurdas, e malucas;

Que no fim, não as cumpro, e digiro, feito um fel,

Palavras opostas ao meu coração, água, fogaréu...

Tudo junto, queimando e molhando a inspiração,

Vertendo brasa na boca, na falta da palavra certa;

Que aperta o peito, machuca por dentro e as mãos,

Ofertam palavras soltas, e flechas voando incertas...

Acertam o alvo, a solidão, o céu do quarto, da casa,

Olhar que espera, verde atmosfera no castanho teu;

Recolhe-se na brevidade, rendida, então mostra asas,

Convida, encabulada, para que se junte ao voo meu...