Jovem Prisioneira

Pobre daquela jovenzinha

Como puderam? Ela era tão boazinha

Não deixava copos sujos na cozinha

Ninguém a temia

Nem mesmo ela, eu diria

Os sonhos ela perseguia

O carinho dela espantava

Nunca fora maltratada ou provocada.

Proibiram ela de sair

Com os amigos curtir

Não poderia viver trancafiada

Aprisionada, como uma presidiária

Era jovem de mais para passar por essa situação

Acabou se afundando na densa depressão

E com toda razão

Mas eles pensavam que não

Era mania dela, era falsidade

Que sim, ela tinha felicidade

Diziam que "ela só não podia sair pela cidade"

Não creio que seja a verdade

Ela só queria um pouco de liberdade

Um pouco de privacidade

Mas eles deram, para ela, solidão

Mas alguém lhe ofereceu a mão

Que tiraria ela daquela escuridão.

Ela era extrovertida

Animada, divertida

Tudo que a jovem precisava

Se distrair, para a felicidade ser levada

Confusos? Vou explicar

Rafaela, era o nome da bela

Que fez a jovem se levantar da queda

Era humilde e educada

Por alguns era mal olhada

Pelo fato dela não ser "controlada"

Pelo fato dela não ser "disciplinada"

A jovem e Rafaela se conheceram na escola

Rafaela, no vôlei a acertou com a bola

Foi destinado, não "sorte"

Pois a jovem estava indo ao banheiro,

Para no pulso fazer um corte.

A amizade então surgiu

A alegria, nela, entupiu

O sentimento negativo que sentia, sumiu

Elas se tornaram inseparáveis

Juntas construíram atos memoráveis

Iam em festas, mas com a responsabilidade

Afinal, elas eram maiores de idade

Mas ainda possuem o espírito de criança

Rafaela lhe deu a esperança

Ah, tantas lembranças

Uma levava o namorado na casa da outra

Pois é, que coisa louca, né?

Como a história termina?

Rafaela teve uma filha

E a jovem se tornou sua madrinha

Quem diria, ela também se tornou mãe.