Estrelas mortas

Tão longe, tão distante...

A distância é gritante!

Assim sou sua amante...

Sendo uma estrela errante!

Girando em órbita incerta:

A rota está aberta.

Às vezes, quando o destino me liberta,

Minha órbita de ti se acerca.

Minha gravidade a ti acerta...

E na sua gravidade se aperta!

Quanto mais longe, mais brilha!

É como no imenso mar avistar uma ilha...

E, após nadar uma, talvez duas milhas,

A mãe diz à sua querida filha:

Vá se salvar, pois que não tenho mais vida!

Assim é aquela estrela ao longe:

Serena, como no mosteiro medita o monge.

Talvez seja fria, como a neve no cume do monte;

Ou quente, como a água termal que jorra da fonte.

Estrela-guia

Venha ser minha

Anos-luz, que nos separam,

Com o passar dos milênios se apagam.

As chuvas de meteoro que me preparam,

Nunca meu interior estragaram.

Hoje vejo outras estrelas tortas.

Em certo orbitar, tão absortas...

Para olhá-las abro a porta,

Saio e aprecio, da horta,

Gosto de vê-las dando voltas.

Mas, o que mais me importa,

É que talvez estejam todas, a essa hora...

Lindas, serenas e mortas.