Homenagem a Manuel de Barros
Ao Poeta Pantaneiro
O Poeta já cantou
Toda a sua incompletude
Sua vida renovou
No caminho da virtude.
Eu tenho em mim também
Um atraso de nascença
Nunca vou muito além
Apesar da benquerença.
Eu também sou aparelhada
Pra gostar da natureza
Ela é a minha amada
Por sua imensa beleza.
Borboletas sei amar
Pela luta que empenharam
Meu quintal é o meu lar
Meus sonhos nele ficaram.
Já morei em meu abismo
Mas guardei no peito o amor.
Com as fraquezas nunca cismo
A vida me dá vigor.
Eu não sei fotografar
O silêncio que adoro
Mas quero fotografar
A existência em que moro.
Nos pensamentos meus,
A vida é sempre assim
Vejo o perfume de Deus
Nas flores do meu jardim.