Humanamente cão
Nosso olhar diverge tanto.
Casos bestas,
bestas do inferno,
cestas básicas,
um costume pueril de se encantar
com bugigangas e orações.
Beija, meu filho!
Beija flor e chão.
Gestos obscenos,
gente obscena,
quarentena nas casernas,
quaresma nos porões.
Nossos lábios divergem tanto.
Sangue nas calçadas,
cães nas calçadas,
fotografia de escombros e crianças em capas de jornais.
Mundo cão, filho.
Humanamente cão.
Fé obscena,
paz obscena,
medalhas pacíficadoras sobre o peito ensanguentado de escravos.
Nossa sorte diverge tanto.
Desafios?
Desafeto.
Feto.
Lata de lixo...
Mas, quem de nós morreu primeiro?!