Toda a gente
Toda a gente fala de amor
e ninguém fala da dor
que corre nos tempos de então.
Estou a referir-me ao desamor
que abrange o sensabor
de todo e qualquer coração.
Coração despedaçado, parado
e de todo desinteressado
vagueando por todo o lado.
Coração desordeiro, interesseiro
sem qualquer paradeiro
vagueando calado e desolado.
Gente, fruto do meio
E com muito bloqueio
sem nenhuma ambição.
Gente que não tem anseio
e criou em seu seio
a lei da inibição!...
Gente sem eira nem beira
que quer queira ou não queira
acaba por se acomodar.
Gente sem qualquer estribeira
mete a mão na algibeira
sem sequer se incomodar.
Gente que se sente perdida
que anda por aí aturdida
sem saber o que fazer
Gente que por andar desiludida
acaba também enfurecida
sempre a se contrafazer.
Gente por aí desnorteada
constantemente pleiteada
e sempre em contradição.
Gente que anda aperreada
completamente cerceada
e em total perdição.
Gente que precisa de ajuda
que por ser linguaruda
acaba em desacato.
Gente que nunca muda
que anda sempre sisuda
e não tem nenhum recato.
Gente que precisa aprender
que deveria ceder
aquando um aprendizado.
Gente que deveria compreender
que se deve condescender
já que a vida tem “o outro lado”.
Que a vida depois da morte
precisa de um bom suporte
àquilo que mais convém.
Que para ter um passaporte
já se criou qual a sorte
para a vida do além.
Na lei da causa e efeito
há sempre um canal estreito
para atingir o rigor.
Há que cumprir um conceito
e seguir a preceito
todo o caminho do amor.