O Véu

Ontem eu estava triste

Dizendo em meu ouvido, "Desiste"

Minha mente já não me dava ideias

Não haveria rimas nem se quiseras

Acabei por, no canto, me agachar

Com aquele vazio, pensei que iria chorar

A cada segundo, desanimar

Neste momento, peguei o papel

Escrevi, mesmo que nos olhos estivesse aquele véu

Digo como fiz, abri a janela e olhei para o céu

A Lua me permitiu, por instantes, enxergar

"Tudo bem, eu sei, devo agora começar".

Uma Única Gota foi feita

Porém não terminei de lê-la, não por desfeita

Ao começar a leitura, foi sentimental

Acreditem, isto não fora intencional

Não digo que me arrependo

De certa forma, aquelas rimas se tornaram um depoimento

Testamento daquele sentimento

O resultado daquele pensamento.

O mesmo resultado eu obtive

Quando escrevi Adeus Dama, em cima da cama

Com o simples pensamento, "Ela me ama"

Que aquele amor eu proclame

Aceito, pode ser que não me ame

Talvez o sentimento me engane

Mas ainda tenho algo a contar

Como sempre, formar versos para demonstrar

Quero essa rima abraçar

Me sentindo seguro em meu doce lar

E dessa maneira, conseguir pensar

Conseguir falar

Montar lindamente o que gostaria de expressar

Por essa razão, gosto de rimar

Prefiro assim, devo confessar

Obrigado, caneta preta

Permitir escrever em letras mal feitas.

Todas as minhas rimas tem algo a mais para mostrar

As primeiras letras dos versos deves separar

E um nome conseguirá montar, encontrar

O assunto da rima estará lá

Dessa maneira não irei esquecer

O motivo de eu a escrever

A razão do "Por quê"

Pois admito, é difícil compreender

Tudo se resume ao nome que irás ler

Novamente, sei que não irás entender

Mas estou aqui somente para dizer

Que mais uma rima eu terminei

E, de novo, o caderno fechei

E só por algumas horas, me despedirei.