Pela janela

E como se vê...

O grito adoecido

de uma cidade emudecida por

seus espectros de medo e cinismo.

O juro cobrado em corpos

que tropeçam ao se deparar com alguma honra.

Deus salve a américa!

Deus salve a Bastilha!

Deus salve a madrinha!

Deus sabe que não fomos salvos

Lá vai o vendedor.

Lá vai o transeunte.

Lá se vão punhados de honra aos túmulos de sempre.

4°andar de repartição,

corações repartidos e cheios de fé,

evoluções amarrotadas em ciência e matéria fecal.

Pelo amor de quem amar.

Pelo sabor do cigarro derradeiro.

Pela janela.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 08/07/2016
Código do texto: T5691347
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