Tô perdido...fudido

Perdi o ônibus

E já passou das três da madrugada

Perdi o rumo da prosa, da rima

Estou sozinho naquela esquina que ainda nem cheguei lá

Perdi a noção do tempo, a direção do vento

E aquela sua boca... deve estar perdida em outra boca

Céu da boca

Boca de fumo

Boca com um bocado de salivas trocadas

Não procure saber onde estou

Meu estado não se vê em qualquer mapa

Meu território está dentro de mim que está em qualquer lugar

Não tenho limites

Estou diante da minha fronteira

Com um medo fudido do que está do lado de lá

Perdi...

Perdi você...

...na verdade, pedi pra você se perder...(admito)

Minha carteira de identidade é a mesma

A fotografia não mudou

O que vai mudar...daqui pra frente

Não há olhos que conseguirão ver

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 07/07/2016
Reeditado em 07/07/2016
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