Resgatando-me
Refez-se em mim, meu eu
Meu eu tão perdido entre névoas
Densas paisagens dentre as quais
Fiz-me vulto
Rascunho de mim mesma
Num resgate submergindo inteira
Intacta
Num nascer de pó
Nascer de rua
Renascendo nua
Feito feto de fato
Sem pudores
Com furores até então inéditos
Peça perdida que em órbita habita
Dentro de uma ilógica sequência
Alta frequência
Atraindo tudo ao redor
Essa força
Poder que emana, humana
Límpida e assustadora
Devoradora voraz
Num momento fugaz
Perpetuando
Faz-se o ajuntamento
Que ajuntamento é perfeito pela imperfeição
Lindo pela crueza
Terno pela dureza
Eterno na incerteza
Entendimento?
Impossibilidade absoluta
Risos
Loucos e abençoados
Amém!