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Peguei carona no seu rastro,

Meu pai bebeu pinga com cobra,

Segundo crença indigina

Quem bebe,

Nao sera mordido por ela,

La vai meu veneno,

Se bebermos do nosso,

Ficaríamos imunes

Do mal de nós mesmos.

Brincando, rindo

Escrevo para destilar

Jorrar meu veneno

do portao

Pra fora, o mais querido,

Dentro o mais odiado,

As vezes amado.

Meu pai?

Descamou dias após tomar

Essa bebida,

Loucura,

Nao morreu,

Mas o bicho é tinhoso,

Tira uma onda com tudo,

O que sempre odiei nele

As brincadeiras de mal gosto,

Nunca vi alguém mais malicioso,

Ameacava , se minha mãe o largasse

Cortaria nossos pescoços,

Que pai!..sei que tinha essa coragem,

Se matava sem piedade bichos

De estimação, doou meu carrocho

Que me viu nascer,

Meu companheiro por tres anos,

So por que a vizinha o pediu, ele deu,

O cachorro de tristeza morreu.

Conheci o lado frio.

Vi matar gato a paulada, cachorro,

Cara, essa lembrança

É horrivel,

ja tinha esquecido,

O tempo alivia,

O passado nao tem volta,

Graças a deus,

Ficam marcas profundas

Escondidas.

Vingativo, rancoroso, obsessivo,

Ciumento, machista e outros,

Calculista,

Odiava meu primo de graça,

Eramos crianças,

So por que ele arrancou algumas folhas,

Com o facão, me pai acabou com o jardim

Da minha mãe, um cenario amargo,

Me fale se nao era o cão encardido

Encarnado.

Tudo que nao sou

ele é,

Preconceituoso,

Maldoso,

Mas no meu juizo,

Confesso que acabei de ser

Pior, com meu proprio pai,

Me diga se isso nao é sofrer,

Sentir

Uma dor que desfola nosso corpo,

O mesmo veneno que descamou

O corpo daquele ser.

Me prendeu tanto,

Me sufocou e descontava na mae,

Por pena dela nao sai de casa,

Seria abandonar a sua propria sorte,

Perdeu sua mae cedo,

Foi judiada, e ainda continuava,

Sou a mais velha,

Ela me defendia como podia.

Ele Usava aqueles ditados antigos,

Quem anda com porcos farelo come,

eu digo :

Quem usa cuida, meu resumo,

O que senti com desilusão de paixão

Amor, traição, Café pequeno diante

Deste relato cruel...sentido,

Puro fel.

Eu o amo....odeio na mesma proporção,

Tantos pais sao normais

Me deram um que fez me chorar

Me reprimir,

Na véspera do meu casamento,

Considerado por mim alforria,

Uma escolha que nos ampararia,

Abracei, defendi com unhas e dentes,

Apostei que o amor seria construido,

Afinal tinha atração, eramos jovens,

Aqui abri mão de descobrir outro lado,

Dos sonhos,

Mas nao tinha como ser diferente,

Creia...

minha mae esperava que um filho

Casasse, era a promessa.

Casei e sem querer duas liberdades,

Despertou lhe a coragem,

No mesmo dia uma casou e outra

Se separou...

A sensação que tive, a mais esquisita,

Nao tenho como explicar,

Creio em Deus padre,

Onde eu fui amarrar meu burro

Nesse caos do absurdo?

Como nada é eterno,

tudo que aqui se faz, paga

Tenho certeza disso.

Olha minha ira..Viva,

Triturando me por dentro,

O efeito do veneno.

Ao nascer um filho

Torturava,

Se for meu registro,

Isso magoa,

A vizinha traiu o marido,

Chegava em casa e descontava nela,

Pra ficar esperta.

Hoje mora com uma mulher, coitada,

5 filhos, e o cacula ela disse ser dele,

Ele tem certeza que nao, e nos também,

Mas registrou como filho,

Esse da muito trabalho,

Teve surto de loucura e quase o matou numa surra,

Nos o acolhemos,

As vezes tenho do,

Outras a repulsa,

Mesmo sabendo que ele nao teve de nós,

Ja se arrependeu...sofre por sentir a realidade,

TARDE DEMAIS...

Aqui minha pena,

O gosto da vingança,

É feia, odienta,

Quem em sã consciência

Aguenta.

Desabafei, coloquei pra fora,

Escrevi,,,o odio, o amor misturado

Esvaziei, a raiva.

Cada um com a sua lei,

O proprio dizia cada

Cabeça sua sentença.

Dei descarga.....esse mal

Foi uma praga....Carga,

O que comecei rindo,

Por um momento entristeceu,

Nada que um dia se perdeu....

Obervo que desde que me conheço por gente,

Sempre vejo os dois lados de uma pessoa,

A mesma vontade de trazer aquela criatura

Do seu inferno para a terra ,o seio do amor,

E concluo, de la pra cá nunca foi diferente,

As pessoas que entreguei esse meu valor,

Permitido por mim

Me trouxeram, me deram como premio

O dispertar do surto....Mais dor...

Me perdi no tempo?

Nao creio, o comodismo

Fez encaixar a realidade,

Mesmo com toda aquela situação

Eu procurava viver a vida,

Fiz algumas coisas que movimentaram,

Nao fiquei parada,

Aguçada. ...

Vejo que meu lado criança,

Infantil, sonhadora

Era a forma que nao me deixaram

Ser amarga,,,,isso responde por que

A minha ternura resistiu

E nunca partiu.

Posso dormir tranquilamente

No meu travesseiro,

Porem a raiva, a ira

A magoa,

Me fizeram levantar

a poeira da revolta,

Por sorte passa...

As marcas ficam,

As feridas fecham.

Vi que olhei para os outros,

Pelos seus confortos,

Pai, mãe, irmao,marido, namorados

Fui engolida por essa massa falida,

cinzenta,

Nuvem de mim mesma.

Basta me, olhe a mim,

Erga te, faca diferente daqui pra frente,

Ignore, saia de onde verificar

Que somente a cura seria nascer de novo,

Olhe que as vezes se mostrava diferente,

Podemos ser luz, buscar a luz,

Permitir sua viagem em nós,

Terceiros tem que ir ao encontro de si mesmo.

Hipoteticamente o correto,

Nao somos o ajuste do mundo,

Nao vamos nos condenar pelo passado,

Desfacamos as malas dos desenganos,

Cada um tem seu fardo,

Nao me culpe,

Nao se culpe,

Essa é a cara da verdade.

Amor poucos conhecem,

Conforme o tempo passa,

Se desconhece,

Se tu oferece....ofereça a ti mesmo,

Temos uma única vida,

Vivamos de acordo com que lhe faca feliz,

Mesmo que ela seja em poucas proporções,

É o bastante,

Olhe só tudo que passei,

Um resumo nao profundo,

Passou, pra que sofrer de novo?

Mazoquismo intimo,

Somos solitarios nisso.

Passada essa sombra,

Estou no paraiso,

Minha mãe casou de novo,

Seu estagio probatorio,

Esta no purgatório.

Sei que errei inconscientemente,

Aprendi correr atras do impossivel,

Me negaram o direito

De conhecer o tempo,

No seu devido tempo,

Lamento.

Agora digo:

Viva....seja vivo,

A dor serve para levantar sua estima,

Descobrir o seu valor,

Os outros nao vao lhe dar esse ouro,

Tu e eu, somos o tesouro.

Desulpe me o poeta que dizem fingidor,

Nao tenho como fingir,

Se conheci a própria dor.....

Lilian Meireles
Enviado por Lilian Meireles em 05/07/2016
Reeditado em 05/07/2016
Código do texto: T5688388
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