Dificil lidar com seu semelhante

A coisa mais difícil é lidar com seu semelhante;

Quando vim a este mundo, vim de cara para a cama,

E a bunda virada para o lua,

Persentia o que me esperava,

Por isso, já vim de cara amarrada.

Me pai meu deu trabalho,

Achou que eu era filha do vizinho,

Do cunhado,

A minha mãe indignada,

Se falasse, levava tapa na cara,

Meu avô,

Doce de pessoa,

Vivia num fogo só...

Viúvo,

Sofredor.

Me deu café

Com três dias de nascida,

Tonteou

Quase enfiam minha cabeça

No quina da pia.

Meu pai o odiou até o fim

Dos seus dias,

Nem minha mãe deixou visitar

No leito de sua morte.

Obsessão da sorte.

Cresci, espremida

Mesmo assim dava um jeito

Para conhecer novos desafios.

Casei com meu primo,

Pausa nos meu dias

Minha mãe

se separou no mesmo dia.

Fiz familia,

De parque, mamadeira

Adolescente,

Minhas crias.

Diversão, confusão:

No baile, é para dançar.

Cansada,

sentei e meus olhos corriam o salão,

Caramba!

Homens de terno, bem vestido

Escolhiam suas presas pelo tecido

Do vestido.

Olhei de novo, Caracas

Estava entrando dentro da carteira

De sua companheira de dança.

Outro passava a mão em volta do pescoço,

Em círculos, resumo, parecia um ritual

Nossa!

Homem bom, honesto...Ser religioso

Bibliofilia debaixo do braço,

Crucifixo no pescoço,

O diabo não tem medo de coisa

Benta, sagrada como falam.

Encontrei alguns desse tipo,

Crença?

Foia a paciência.

Perdi o estimulo,

Estava dançando com vampiros.

Então,

O universo me colocou a força nesse bonde,

Nada me lembro da minha nave,

De onde vim exportada,

Sei que aqui sou prisioneira,

O mundo é redondo,

Vivo circulando e não chego a lugar nenhum,

Como se esse fosse um mundo morto,

E para alimentar esperanças de algum retorno,

O sol nasce e morre, sempre assim...

E eu acompanho,

Neste universo que sou o sopro da vida!

Sono profundo?

Seres de casas idênticas, e pintura rustica

Ordenações, língua estranha,

As pessoas da mesma raça,

Vivem como traças...Bichos ?

Eles transam no cio,

O mesmo prazer de gente?

Creio que sim,

e mulheres zombam sem dizer nada,

Sentem nojo de alguns(as)

Tomam um litro de cachaça;

Vai na raça.

Oh! raça miserável,

Parecem seres de outro planeta,

Me digam,

Por que vim aqui?

Eu já sabia...

Que não seria fácil

sobreviver dentro deste xadrez,

Livre, no universo

Pago pena dentro do meu corpo,

E ainda assim luto pela vida,

Arte que não encontra igual na esquina...

Os outros?

Não sabem que vejo tudo de cima,

Esse saber aniquila,

Sou presa,

Caça,

Caçadora,

Tudo em um, para sobreviver

Nesse mundo

O coisa ruim solta fogo pela venta,

O que o mais importante

É Saber se vida,

Amá-la e compreender

As coisas de importância

Entre eu ela e esta terra de ninguém,

O resto a gente inventa!

Lilian Meireles
Enviado por Lilian Meireles em 05/07/2016
Reeditado em 09/07/2016
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