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Seja o verso,

seja o inverso,

peito escancarado e

olhar fosco

de quem amou

e ama.

Pai, tua casa é de papel,

tua privacidade é pública,

viadutos de torpor,

aconchego de isopor,

calçadas de vida tépida

onde teus filhos se tornam cães.

Seja a ceia,

seja o seio,

sejamos práticos...

Os dias são cinzentos,

os calos, cinzentos,

o vidro fechado, abastado

sem atenção ou a mínima preocupação

em saber sentir qual seja o mais miserável.

O semáforo cede à paciência.

O vidro cede à angústia...

Lágrima.

Gravidade.

Olha pro céu, menino!

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 29/06/2016
Código do texto: T5682485
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