Para não dizer adeus...

Vou permanecer nesse temível deserto

Solitário, sem um abrigo, sem um amigo

Um anjo que voou, deixou saudade comigo

Desassossego na alma, no peito um aperto

Para não dizer adeus, teimosamente estou

Entre os versos, nessa inspiração que restou

Bordando o papel que era branco, era vazio

Colorindo pranto, no escuro, acendendo pavio

Iluminando cada canto do coração esperançoso

Vai escrevendo indisposto, crendo em um futuro

Permanecendo, me escondendo atrás do muro

Segura por entre tantos pensamentos saudosos.