Páginas em branco
Pagina em branco sempre me motiva
Sempre me entusiasma ao desconhecido tão perfeitamente conhecido
Tão íntimo que ninguém entende
Para mim é como portal aberto a qualquer imaginação que tenho sempre sobrando
Mesmo sem entendimentos
Fazem-se como crianças em suas infâncias
Andando em seus castelos criados tão conhecidos
E tão protegidos
Vai à vida longa buscando a menina que nasceu ou a mulher que cresceu
Às vezes se faz perdida, outra apaixonada
Outra descrente de sua maturidade
Esquecida de sua nobreza
Rainha adormecida
Que tantas podem ser
Todas que precisar ser
Tenho todas elas
Coloco-as em tabuleiro
Movendo-as de forma sutil e às vezes lúgebre
Sou todas
Cada pedacinho delas
Com veracidade e delicadeza
De cada momento
Escrevo em canto a verdade
Despejo em sonhos
Como anjo bom
Diga-me meu irmão
Se estou por de traz de tantas sombras assim
Diga se não consegue me enxergar.