CORTE

Dos dias coloridos derivam dias monocromáticos,

Minha alma – Ferida aberta – comunica aos outros a infâmia

Acostuma-se a solitude das horas vastas

Abriste novamente a incisão precisa que fizeste

Teu receio impediu a amputação total de mim quando deveria,

Minha esperança se alastrou como vil gangrena por todas as células do meu amor.

Teu receio – busturi nas mãos de um cego…

Fez mil cortes em nós dois, por muito tempo,

E eu bem sei que foi sem querer,

Sem querer novamente! Novamente sem querer vem o querer!

Acaso não é o puro desejo como ondas em um mar revolto? Não é forte como a morte?

Ou é variável como as marés à luz da lua?

Teu receio novamente abriu ferida na minha dor, machucou tuas mãos inábeis.

Tenho dito: Teu receio não é ferramenta que preste…

Ou aprendes a viver sem ele, ou vais arrancar mais alguns dedos, pernas, braços, ou quem sabe até um olho.

Recomendo que da próxima, e para o teu próprio bem, não negues o golpe fatal seja a quem for!

Corta logo, sem misericórdia… Amputes sem dó, seja o que for!

Pega o facão da honestidade e usa sem pena! E depois guarda junto a ti, na cabeceira da tua cama, mas longe da tua cabeça.

Pois sei que será de grande valia na tua jornada.

J Caetano Jr
Enviado por J Caetano Jr em 21/06/2016
Código do texto: T5673933
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