Estatísticas

Me rendo às estatísticas, e até me apavoro

Olho com medo, mas sem nenhum decoro

Decoro todas as letras, um quase desaforo

Desafogo esse peito, afogo mágoa e choro

Lágrimas que caem aqui, molham as asas

Não fere, não maltrata, e não foge de casa

Verto-me, tempestade em águas tão rasas

Deserto-me, e no frio, empresto as brasas

Reconstrói as paredes caídas, velhas ruínas

Não são mais vistas, esconde antigas minas

Explode bem longe daqui, não mais desatina

Acarinha, cuida da flor, e do verde da retina.