Pretérito
Quais sejam os olhares.
Quais sejam os desejos.
Piscina de sonhos embriagados em tardes
cinzentas de interior,
retratos de faces ressecadas por
não haver saudades,
pernas ligeiras enfileiradas sob a mansidão
do sexo entorpecido,
silvos, tapas,
uivos, quintal,
família reunida em torno de quem?
Foi o tempo.
Pretérito...
Quais sejam os presentes.
Ininteligíveis verbos no peito do menino.
Irreversíveis nódoas no destino de quem aprendeu a amar.
Onde vês tanta quimera, poeta?
Destemidos escarros de quem sobreviveu.
Fera.
Fora.