Pretérito

Quais sejam os olhares.

Quais sejam os desejos.

Piscina de sonhos embriagados em tardes

cinzentas de interior,

retratos de faces ressecadas por

não haver saudades,

pernas ligeiras enfileiradas sob a mansidão

do sexo entorpecido,

silvos, tapas,

uivos, quintal,

família reunida em torno de quem?

Foi o tempo.

Pretérito...

Quais sejam os presentes.

Ininteligíveis verbos no peito do menino.

Irreversíveis nódoas no destino de quem aprendeu a amar.

Onde vês tanta quimera, poeta?

Destemidos escarros de quem sobreviveu.

Fera.

Fora.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 13/06/2016
Código do texto: T5666357
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