a elegância das salas de saraus poéticos

Quintana,

como também muitos outros,

não foi santo nem profeta

(meu livro não é um livrinho)

ele foi, isso sim,

foi um grande poeta

sendo correta essa idéia

como também é correta

a noção de que todo poeta

não tem qualquer divindade

que o prenda em redoma de vidro

com exceção do seu texto

que terá sobrevivido

às avarias do tempo

(o autor, há muito sucumbido)

ou se terá consumido

em meio a algum recital

não tendo sobre-existido

além de um mero sarau

ficando no canto a imagem

do criador desse texto,

e a gente querendo o contexto

com a dimensão da mensagem,

pensa que é sacanagem,

mas vê que é poesia

Rio, 14/07/2007