DUAS ALMAS
Como pode um mesmo corpo,
Abrigar duas almas tão diferentes?
Uma calma, centrada, prudente,
Outra, louca, explosiva, estridente.
Conviver com a primeira é beleza,
Mas a segunda mete medo.
Causa alvoroço, calar-frios,
Um verdadeiro desassossego.
Enquanto uma repousa tranqüila,
A outra me sacoleja.
Querendo sair, fazer travessuras,
E vivo eu e ela nessa peleja.
Sossega alma minha,
Deixa-me ficar quieta.
Ela responde atrevida,
Aquieto nada, vê se movimenta .
Viver tudo de uma vez...
É de sua natureza.
Bota carro na frente dos bois,
E ainda acha que é esperteza.
Explodir aos quatro ventos,
Se apaixonar perdidamente...
Tudo do seu feito,
Desse jeito, não tem quem agüente.
Calma alma doida minha,
Você é muito nova ainda.
E certamente tem muito,
Muito o que aprender.