Narrativa poética

Sou uma narrativa cotidiana,

Sem melancolia, inconstância,

Um narrar de mim mesmo.

Não sou um contar fabuloso,

Sou caminhada, travessia,

Pé-após-pé num andar moroso.

Sou como escrevo,

Não o que descrevo.

sou palavras imprecisas,

Poesia que "desprecisa"

De inúmeras interpretações.

Sou coração, palpitações.

Sou um descobrir do que careço,

Não quero o que mereço,

Pois, se o recebo padeço,

Pela morte que me ronda.

Sou assim, como me sondas.

Sou o que me enxergas,

Sou o que sou, ás cegas,

Vou trilhando o futuro.

Sou teu olhar escuro,

Este teu andar confuso,

Tua imprecisa forma de viver.

Sou o que te chega difuso,

Sem precisão, sem saber.

Alexandre Rodrigues de Lima
Enviado por Alexandre Rodrigues de Lima em 07/06/2016
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