Narrativa poética
Sou uma narrativa cotidiana,
Sem melancolia, inconstância,
Um narrar de mim mesmo.
Não sou um contar fabuloso,
Sou caminhada, travessia,
Pé-após-pé num andar moroso.
Sou como escrevo,
Não o que descrevo.
sou palavras imprecisas,
Poesia que "desprecisa"
De inúmeras interpretações.
Sou coração, palpitações.
Sou um descobrir do que careço,
Não quero o que mereço,
Pois, se o recebo padeço,
Pela morte que me ronda.
Sou assim, como me sondas.
Sou o que me enxergas,
Sou o que sou, ás cegas,
Vou trilhando o futuro.
Sou teu olhar escuro,
Este teu andar confuso,
Tua imprecisa forma de viver.
Sou o que te chega difuso,
Sem precisão, sem saber.