O soprar do vento
Sopra o vento, calmo agora, e feito prece
Ora ao tempo, que acalme as horas do dia
Devolva paz, deixe que flua então a poesia
Pois de ti, ainda que queiras, não esquece
Espera-te em papel alvo, as manchas certas
Que teu coração sabe compor, nada singelas
Esvoaçam tuas penas, e a solidão que aperta
É um sorriso amarelo, que se desfaz na tela
E sem hipocrisia, devolva-me um bom dia
A chuva deu uma trégua, trouxe companhia
O frio impiedoso, cobrindo o campo, a cidade
Brancura que os pés pisam com vagarosidade.