Shalomcaína
Se a calmaria fosse uma droga
Estaria na vibração narcótica
Na esteira pueril de uma écloga
Seja ela natural ou sintética
É o desejo de perverter que roga
A penúria de sobrestar a ética.
Eis o sentido do interesse no ar:
Existir é um medo inexplicável
Caminhar é pouco se pode voar
Ainda que não seja ato inescusável
É uma dor que tende a eternizar.
Não vai ter base de adrenalina
Nem pode ser apenas tabaco
Tampouco pode vir como ritalina
Sequer ser farinha do mesmo saco.
Mas tem que espiritualizar o brilho
E se recusar a ser só mais do mesmo
Todos querem sair do comum trilho.
É o voo feito pela natureza a esmo
Mantendo o corpo como andarilho.