ANTIPOESIA
´ "Não tenho razão para me queixar da imprensa;
tudo o que eu pago para ela dizer de mim
ela diz." (Dercy Gonçalves, num show no
Canecão - Rio de Janeiro).
Antigamente, quando a imprensa era a única forma de divulgação
da notícia (ou da opinião de algum sabichão de plantão),
costumava-se dividi-la em: "de qualidade" e "popular".
"De qualidade" eram as revistas "Cruzeiro", "Manchete", "Veja e leia";
hoje todas extintas. E aquela que não morreu por inteiro, trocou o nome pela metade.
A imprensa "Popular" era o povão, "Noticias Populares", "Última hora", etc.
Era a tese e a antítese,
"Casa Grande" - "Senzala".
A imprensa essa farsa antiga,
falada e escrita,
para extorquir dinheiro.
continua a ser toda igual:
encena, converte a informação em fantasia,
o real em alucinação.
Pois que o que, na verdade importa, é divulgar versão;
que costumam chamar de opinião.
Que até rima com ladrão,
mas nunca com prisão.
E a arrecadar dinheiro, dinheiro, dinheiro,
para ter poder, poder, poder,
nem que para tanto tudo vire sexo,
ou outra moeda de troca do mundo.
A verdade, essa pobre maltratada,
sempre na imprensa já estará morta
quando lhe deitam no papel.
E a palavra, a sua porta,
estará sebosa e seca como pastel.
A aridez das sua análises
assemelham-se a bichos empalhados:
rígido, triste, morto e pouco revelado.
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Falar de imprensa é tabu.
Obrigado pela leitura
Sajob - maio/2016