Alheio
O corpo reclama,
saudade sacana,
recado dos lábios,
mistério dos lábios,
a hora é imprudente.
O corpo reclama...
Violão solitário,
verso solitário,
abraço premeditado,
banquete de desejos,
indagações bestas em doses de torpor.
O mundo gira na crueldade de seus anseios,
umas bocas gemem impropérios
pela consolidação dos governos e do caos,
cabeças pensantes pintam as "caras" por não saber o que pensar
e o poeta, alheio,
deseja apenas falar de amor
envolto no amor de tua voz, moça.
A terra reclama:
Crescei e multiplicai.
A propósito, poesia.