Alguém em algum lugar

Alguém sem rumo.

Indiferente, inconsequente.

Ninguém repara que sumo.

Que diariamente

Uma parte de mim se vai

E eu não consigo me manter inteiro.

Tento encontrar o chaveiro

Que continha a chave do meu peito.

Tento abrir meu coração

Depois de tudo que você tem feito.

Eu sou um fantasma do que já fui.

Implorando para alguém me ouvir.

Um bobo feito apenas para os divertir.

Sem minhas asas não sei voar.

Preso nessa gaiola feita por mim

Me condenei para sempre sim.

Fui burro e me perdi.

E nesse caminho sem volta me vi.

A cada respiração

Sinto meu peito se inundar.

Estou num mar sem fim.

Estou perdido para sempre enfim.

Um garoto inocente

Que agora se torna um ser indecente.

Um coração corrompido

Por sentimentos vermelhos tingidos.

Disfarçado sua natureza.

Sua malvadeza.

Eu não me imaginei perdido assim.

Não me imaginei um inútil sem destino.

Não vou saber me encontrar.

Sei que não estou sozinho de vez.

Sei que tem alguém por aí, rezando para me ver bem.

Imploro para esse alguém caminhar comigo

Nessa estrada desconhecida.

A maior desventura da minha vida.

Fellipe Mendonça
Enviado por Fellipe Mendonça em 22/04/2016
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